As Três Parábolas

I
A Parábola da Dualidade
(a não-unidade)

Um mestre edificou um templo em Salém, depois de algum tempo apareceram dois curiosos prosélitos à procura de sua iniciação. O primeiro era um jovem muito rico,
dono de muitas propriedades, o outro era um homem de meia-idade pobre. Após a celebração do aniversário do calendário estelar ambos vieram a ter com o mestre
e disseram: 'Estamos como que sonnhando, muito obrigado, que sensação maravilhosa de liberdade e fortuna, adoramos o festival e seremos seus eternos seguidores!'.
 Então o mestre
colocando os novíssimos apóstolos a parte, um a sua direita e o outro a sua esquerda, falou com eles separadamente começando pelo mais jovem, disse:
'Você é muito bem-vindo bendito! Estará dioturnamente ao meu lado! Venha habitar conosco e beberá abundantemente dessa Fonte!'; E em seguida disse ao outro em
particular: 'Meu caro, essa sensação de fortuna e liberdade, habita em você, é intrínseca ao seu Ser, tudo que fiz foi criar as condições para que ela se manifestasse.
Vá até ela quando quiser, agora você é um profeta! Brilhe sua luz sobre as nações!'. A congregação desse astuto sábio prosperou, sua fama se difundiu grandemente
e não havia quem ousasse pensar mal algum a respeito dessa assembléia. Essa sociedade ficou amplamente conhecida como a União Concienciológica da Santa Egrégora
 Católica Ecumênica do Sincretismo Espírita Eclético Universal. Mas só o mestre foi pro céu, os discípulos todos estão no purgatório por tempo indefinido.

II
A Parábola da Terceira Dimensão
(só para os encarnados)

Essa mesma parábola é conhecida entre as hierarquias celestiais como 'A Parábola dos Três Anjos Mensageiros, Duas Mulheres e Uma Fêmea-Hemafrodita'. Conta o artista*
que a interpretação dessa alegoria é simples e profunda, mas detalhadamente complexa e radiante é a moldura dourada colocada nesse divino quadro.
Eis a explicação da parábola:
O primeiro anjo é chamado Lúcifer, ou, entre as hierarquias, Luzbel. Realmente é belíssimo, uma luz
belíssima. Ele é o primeiro anjo. A primeira mulher recebeu o pseodônimo de Eve (Aya) assistindo essa manifestação.
 O segundo anjo, também de uma luz belíssima,
é Gabriel,
reconhecido como O Mensageiro do Arcanjo, e é quem faz a Anunciação à segunda mulher, obviamente, Maria mãe de Jesus. O terceiro anjo tem luz
perfeitíssima, mais brilhante que uma legião de miríades de querubins, só os serafins o fazem frente em excelência e explendor. Este terceiro
 agora te dá essa nova! Sim, sim! Em primeira pessoa, Eu Sou quem te dá essa super-nova! Receba a pura água filosofal! A torrente dessa água desce até o mar
de águas paradas, e sua água salgada torna-se potável.
O calor dessa luz mística é sentida entre os tempos sem fim!
 A terceira fêmea é também rebelde! E quando a chamam de rebelde ela se revolta
grandemente. E até o momento não houve sábio que a tratasse com amor.

III
A Parábola da Quarta Dimensão
(porventura já não temos as chaves em nossas mãos?)

Quando voltava do deserto um homem entrou em transe e se debatia em êxtase! Se sacudia e movia as mãos freneticamente no ar como se estivesse afujentando
aves de rapina. Passou por dois testemunhas de Iavé que disseram: 'Está louco! Pobre homem, não sabe o que é mito e o que é real! Deixe, voltaremos em momento
auspicioso!'; Em seguida a multidão apareceu admirada e se perguntava: 'Nossa! O que ele tem? Parece que está em brasas!'; Passou um médico psicólogo que saiu
 para buscar socorro e não voltou;
Então uma mãe solteira disse:'Que ridículo! Jesus! Sacrilégio Abominável!'; Até que um falso profeta, ouvindo falar do tal homem, e da maneira como se sacudia como um
caniço balançado pelo vento, correu pra lá e declarou: 'É um falso profeta! Verdadeiramente é um falso profeta! Eu sei!'. E era aquele dia fim de carnaval,
então o povo todo com muito ódio o linxou até a
morte. E como ninguém o conhecia, não era um judeu puro sangue, não tinha documentos e nem jamais havia sido visto pelos policiais daquele turno,
iria ser enterrado como indigente mesmo, quando uma ex-prostituta disse:
'Deixe-me ficar com o corpo,
ele era meu bem-amado Jezreel, era um santo homem.'. Então todos profundamente tocados e arrependidos de coração acreditaram nessa versão até os dias de hoje.
E a história registrou no universo objetivo o que em seu eptáfio está escrito:
'Um Santo'.
No astral a alma do tal santo continuava a aventura tentando se desapegar do anjo mau que, mandado por Deus, o perturbava. Tentou uma vez, se debatendo até
se cansar. E eis que sobre a catedral de Brasília apareceram trinta moedas de prata e uma poderosa voz que dizia: 'Não dividiremos o reinado com santo algum,
 esteja ele vivo ou morto!';
Tentou novamente, uma segunda vez, até ficar totalmente exausto, não pode se livrar. Seu espírito era como o único desperto entre os que dormem;
Tentou ainda uma terceira vez, e já saturado, vendo que estava só, e que seu destino estava traçado, feriu
o anjo em uma de suas asas e se resignou. Ambos foram em cima recebidos.

01 de maio de 2013.
*Agradeço ao Kiko pela grande inspiração.