terça-feira, 24 de julho de 2018

Deus Nos Acuda!

JOVENS ÍDOLOS

III -
DEUS NOS ACUDA!

   Algumas pessoas são tão dependentes do sistema que é mesmo difícil mostrar uma realidade mais ampla para elas, sim, isso mesmo, alguns são tão dependentes da "matrix" que na verdade defendem o sistema que as escraviza com unhas e dentes. É muito difícil falar alguma coisa espiritual com uma pessoa assim porque ela não é de fato uma pessoa, assemelha-se mais a algum tipo de zumbi, porque vive uma vida totalmente artificial, não se dá conta, não são pessoas propriamente ditas, são as sombras das nuvens, algo que passa e nada deixa, nem vestígio algum. São a poeira da poeira que ninguém viu. Será que não vão despertar esses monstrinhos? Trabalham em algo que não gostam, para comprarem o que alguém disse que precisam, e precisam mesmo se quiserem continuar a farsa, sobrevivem sem vida. E tem muitos que se utilizam desse gado para fazerem negócios! -Não toquem no rebanho! - gritam os bons pastores. -Não toquem no rebanho! – muitos gritam com razão! -Não incomodem os que dormem!
Isso se torna um problema especialmente difícil quando a pessoa que ainda não despertou para essa realidade mais ampla, começa a julgar as situações e as outras pessoas, então o acesso a esta visão cósmica é bloqueado pelo próprio indivíduo, que passa a viver em uma bolha de ignorância. Ele pensa que sabe quem foi Buda, mas sabe de uma forma muito superficial, diz que Buda foi um japonês, ou um chinês, ou um indiano que viveu há muito tempo, ou alguma coisa assim, na verdade, na Verdade, não entende quem é Buda! E até o poder tem sido distorcido porque existe um foco muito grande no dinheiro, e o dinheiro não sabe pra onde vai, o dinheiro não tem o conhecimento se está nas mãos de um bandido ou se foi conquistado honestamente, e vendedores e assalariados também não costumam fazer esse tipo de pergunta. Assim meu despertar para a alegria da eterna boa-ventura dos santos foi também um despertar para os grandes sofrimentos da humanidade, dores presentes. Crianças privadas das coisas mais básicas, o que esperar delas? E poucos são os que se sensibilizam ou mesmo compreendem esse problema. Mas dentro da Ordem havia quem entendesse tudo isso! Todos me receberam com grande alegria e muita honra também quando souberam do meu livro, e de todo o trabalho que eu já vinha desenvolvendo por mim mesmo em torno da figura de São Ramos. Lá eu conheci pessoalmente dois grandes irmãos, o Yury, músico excelente e pessoa fascinante, e também o Bento, já um senhor, casado com a Matilde, músico também, e filósofo! O Bento parecia um Sócrates do século 21, sobre tudo ele falava, de tudo ele sabia, seus silogismos e raciocínio eram tão brilhantes e claros que ele tinha um grande poder de influência, a lenda é que ele podia convencer qualquer pessoa de qualquer coisa. Esses dois iluminados, o Yury e o Bento foram os amigos que me ajudaram a manter os pés no chão quando as verdades foram uma à uma se revelando para mim! Todo o jogo de interesse político financeiro que conduz as massas como marionetes, toda a sujeira da mídia, dos chamados formadores de opinião, tudo isso era de mais para mim, eu queria fazer justiça com as próprias mãos. Havia pessoas mobilizadas ao meu redor, muitos desacreditados de toda essa situação, eu pensei em virar revolucionário e partir para a luta armada, isso em nome dos indefesos, ignorantes, todo o povo de boas intenções e sem condição alguma, tudo em nome de Deus! Queria uma guerra santa! Mas o Bento constantemente me aconselhava e dizia:
-Guerra gera guerra! A sua espada é o saber!
A dura realidade do dia-a-dia me incomodava.
 -Como é possível que tantas pessoas passem fome no Brasil? Como é possível que não tenham onde morar se há tanta terra no país! Terras férteis! A gente vai ficar assim, assistindo a tudo isso sem tomar uma atitude mais enérgica? - eu perguntava revoltado. As notícias dos jornais faziam um contraste insuportável com o meu modo de vida idealizado, eu sabia que aquele sonhado paraíso na Terra era possível, não gostava de ter as mãos atadas!
-As trevas se combate com Luz! - dizia o Bento.
Eu me irritava com os céus e dizia em meio a todos:
-Um deus que só fica na coxia e não entra em cena não serve! Um deus que não age não serve! Um deus assim eu não quero! Onde está Deus? Onde está seu poderoso braço?
Houve muita discussão e uma divisão a respeito dessas minhas palavras, uns diziam:
  -Esse cara não é um boddhisatva, um boddhisatva não se irrita assim por nenhuma razão!
Outros concordavam comigo e davam grandes gritos de já basta!
 -Que Deus nos acuda! - eu continuava -Eu sei que escuta! Deus nos acuda! Jesus já morreu nesse planeta, ele e todos os santos, odiados, excluídos, incompreendidos, rejeitados e assassinados! Ah! Eu quero encarnar o Anticristo! Chega de ser bonzinho! - clamava eu no auge da fúria.
 E o povo pasmava: -Que Deus nos acuda!                       

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Medicina

Muito respeito, muito respeito
Muito respeito com a medicina
Porque o que ela te ensina é
A ciência de uma boa vida

Muito respeito, muito respeito
Muito respeito com a medicina
Porque o que ela te ensina é
O resumo da sabedoria

Muito respeito, muito respeito
Muito respeito com a medicina
Porque ela te ensina
A enxergar com a visão divina

sábado, 31 de março de 2018

Três Sonhos Ruins

Quando criança, ainda em tenra idade, tive também alguns pesadelos que ficaram fortemente gravados em minha memória:

1 - Eis que num sonho eu estava em frente de casa com meu pai, mãe, irmão e irmãs, todos olhavam para o céu com grande admiração, apontando para a Lua, como se houvesse ali algo fantástico. Eu sentia muito temor e não ousava olhar para cima. Mas todos, principalmente meu pai, insistiam comigo para que eu também olhasse. Quando eu finalmente olhei, eis que havia uma grande serpente ou dragão no céu! Saia da Lua e vinha em nossa direção! Então, aos gritos e apavorado eu voltei meu olhar novamente para baixo, ao meu redor, procurando pela minha família, mas todos haviam entrado na casa e trancado a porta! Eu batia na porta desesperado, mas ela não se abriu!

2- Em outro pesadelo eis que estávamos eu e minha mãe. Nesse sonho morávamos em uma casa de aspecto sombrio, minha mãe estava muito triste e havia trevas no ar. Eu queria muito ajudá-la, resolver tudo. Então fui até a um espelho e me vi, quando olhei minha imagem refletida não pude acreditar, em mim haviam nascidos dois chifres cinzas grandes como os de um demônio! Então eu também fiquei muito triste e inconformado, tentava esconde-los inutilmente. Ainda lembro-me bem do momento em que acordei, com a sensação de ter visto uma revelação!

3-Anos depois tive ainda um terceiro e fortíssimo pesadelo envolvendo minha mãe. Eis que minha mãe estava morta em um caixão, sendo velada por toda a família e conhecidos, quando eu a vi lá, senti no meu íntimo que poderia ressuscitá-la! Mas não sabia ao certo como, então, revoltado, comecei a gritar e a destruir todo o ambiente com socos e pontapés, ao fazer isso, o ambiente revelou-se como sendo de fato um cenário feito de papel vegetal! E eu destruía tudo dizendo
para mim mesmo: "Não é real! Não é real!".

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 Saindo dos sonhos e voltando para a realidade


Uma lembrança insólita da minha infância é a de um dia em que notei que com os olhos fechados, se eu virasse os olhos para o lado esquerdo, como se estivesse olhando para esquerda, porém com os olhos fechados, eu via uma luzinha branca no canto direito, e se eu olhasse para o canto direito, via no lado esquerdo.
Essa pequena constatação infantil foi um momento de insight que persiste em minha memória até hoje! Pareceu-me na época algo como uma quebra das leis naturais, parecia que meus olhos estavam trapaceando ou algo assim, parecia um vislumbre dos bastidores da realidade, pensei"como posso ver essa luz estando com os olhos fechados? Será que tudo o que vejo é apenas uma projeção pessoal, será que a vida está constantemente tomando minha luz emprestada para me mostrar as coisas?". Outra coisa que eu fazia com frequência era ficar pressionando os olhos fechados com as mãos, até começar a ver várias formas geométricas coloridas que se moviam e expandiam como um caleidoscópio, eu me divertia muito com isso, esses eram momentos de descontração ingênuos, mas também momentos de auto-observação e consciência do ser.