sábado, 31 de março de 2018

Três Sonhos Ruins

Quando criança, ainda em tenra idade, tive também alguns pesadelos que ficaram fortemente gravados em minha memória:

1 - Eis que num sonho eu estava em frente de casa com meu pai, mãe, irmão e irmãs, todos olhavam para o céu com grande admiração, apontando para a Lua, como se houvesse ali algo fantástico. Eu sentia muito temor e não ousava olhar para cima. Mas todos, principalmente meu pai, insistiam comigo para que eu também olhasse. Quando eu finalmente olhei, eis que havia uma grande serpente ou dragão no céu! Saia da Lua e vinha em nossa direção! Então, aos gritos e apavorado eu voltei meu olhar novamente para baixo, ao meu redor, procurando pela minha família, mas todos haviam entrado na casa e trancado a porta! Eu batia na porta desesperado, mas ela não se abriu!

2- Em outro pesadelo eis que estávamos eu e minha mãe. Nesse sonho morávamos em uma casa de aspecto sombrio, minha mãe estava muito triste e havia trevas no ar. Eu queria muito ajudá-la, resolver tudo. Então fui até a um espelho e me vi, quando olhei minha imagem refletida não pude acreditar, em mim haviam nascidos dois chifres cinzas grandes como os de um demônio! Então eu também fiquei muito triste e inconformado, tentava esconde-los inutilmente. Ainda lembro-me bem do momento em que acordei, com a sensação de ter visto uma revelação!

3-Anos depois tive ainda um terceiro e fortíssimo pesadelo envolvendo minha mãe. Eis que minha mãe estava morta em um caixão, sendo velada por toda a família e conhecidos, quando eu a vi lá, senti no meu íntimo que poderia ressuscitá-la! Mas não sabia ao certo como, então, revoltado, comecei a gritar e a destruir todo o ambiente com socos e pontapés, ao fazer isso, o ambiente revelou-se como sendo de fato um cenário feito de papel vegetal! E eu destruía tudo dizendo
para mim mesmo: "Não é real! Não é real!".

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 Saindo dos sonhos e voltando para a realidade


Uma lembrança insólita da minha infância é a de um dia em que notei que com os olhos fechados, se eu virasse os olhos para o lado esquerdo, como se estivesse olhando para esquerda, porém com os olhos fechados, eu via uma luzinha branca no canto direito, e se eu olhasse para o canto direito, via no lado esquerdo.
Essa pequena constatação infantil foi um momento de insight que persiste em minha memória até hoje! Pareceu-me na época algo como uma quebra das leis naturais, parecia que meus olhos estavam trapaceando ou algo assim, parecia um vislumbre dos bastidores da realidade, pensei"como posso ver essa luz estando com os olhos fechados? Será que tudo o que vejo é apenas uma projeção pessoal, será que a vida está constantemente tomando minha luz emprestada para me mostrar as coisas?". Outra coisa que eu fazia com frequência era ficar pressionando os olhos fechados com as mãos, até começar a ver várias formas geométricas coloridas que se moviam e expandiam como um caleidoscópio, eu me divertia muito com isso, esses eram momentos de descontração ingênuos, mas também momentos de auto-observação e consciência do ser.

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