domingo, 12 de setembro de 2010

Senhor Devaneio

Senhor Devaneio,
Óh Senhor Devaneio!

Me dê um tempo pra um blues!

Traz minha lucidez
Que Seu anjo levou!

Senhor Devaneio,
Óh Senhor Devaneio!

Traz minha lucidez
Que Seu anjo levou,
Pois só o que sobrou
É uma triste lembrança
De alguém que me amou.
Se é que me amou.

Senhor Devaneio,
Óh Senhor Devaneio,
Porque levaste minha luz?

Agora as vezes me entrego
Ao sexo
E me esqueço do amor,
A a a o Amor!

Mas Senhor Devaneio,
Daogjçaihdgiehjnrhlnad;~
Só quero um tempo pra um blues!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Paixão Impura

Na madrugada o mundo é diferente.
Não sei porque, mas na madrugada
Entre ruas semi-desertas
E moribundos que rodeiam lugares sujos a procura de comida,
Ou algo qualquer que lhes dêm a si mesmos,
O mundo é diferente.

Tem sempre um som no infinito,
Corujas, morcegos, alguém gritando ao longe...
Nem importa, na madrugada quase tudo se funde,
Sonhos e memórias, fatos e mentiras,
Quase tudo se torna um só ruído
Entre as árvores escuras.

Na luz fria,
Sorriso nublado de Lua.

A noite é uma criança
Com fome.
Ninguém sabe ao certo se o Sol nasce
E a criança acorda,
Ou se morre de fome mesmo.

E se não houver amanhã?

(...)

Só quando se está apaixonado a vida vale a pena,
Não importa por quem ou por o que,
Só quando se está apaixonado o tempo faz sentido.

Mulheres, cinema, grana...
A paixão movimenta o mundo como o vento um moinho.
É a droga na qual nós já nascemos viciados,
E quanto maior a dose mais queremos,
E queremos, queremos...

Sem paixão há no máximo uma sobrevivência,
Pilhas de nervos, quartos escuros e ruas sem retorno.

A madrugada é pura magia,
Pura imaginação, pura aventura.
É o habitat dos mendigos e o abrigo dos poetas,
Ou vice-versa.

Na madrugada se mata por orgasmo.
Por quinze secundos se esquece
Que a grama é mais verde do outro lado da cerca elétrica,
O sorriso é mais alegre do lado quente da vidraça.

E entre tantos que já tive,
Entre tantas que mantenho,
Ela talvez seja uma de minhas paixões mais constantes:
Minha paixão calada.

2002

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Adeusà

Um tanto quanto pobres são
Os versos que escrevi
Pra esquecer da gente, ou lembrar,
Lembrar que te esqueci.

Não quero mais morrer
Em suas mãos,
É repleta de prazer
A minha solidão.

Não há paixão sem fim,
Se foi essa a verdade que escolhi.
Não há amor assim,
Já resta pouco de você em mim.

Talvez experiência,
Talvez beijos em vão,
Talvez perca de tempo, ou pior,
Foi só masturbação.

Não quero mais morrer,
Resta viver então!
É plena de esperança
A minha solidão.

Tá tudo bem pra mim,
Ou algo assim...
Tá tudo bem pra mim,
Se fim.

Maio de 2003

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Anjos no Meu Quarto

A luz está tão fraca agora,
Acho que não sei quem sou.
O Sol está tão apagado,
Acho que ele já pousou.

Quero ir embora
Ou este frio vai me matar,
O caminho está tão longe
E eu tenho medo de não chegar.

E quando eu voltar,
Com quantos anos irão estar?
E se eu não voltar,
Será que vão de mim lembrar?

Nessa velocidade
Eu até posso me cansar
Desta longa viagem
Pra bem longe do meu lar.

O globo azul é uma vaga lembrança
Da qual já não consigo lembrar,
E onde o som não se propaga
Não adiantará gritar!

Toda a clareza das palavras
Está tão turva quanto o sangue,
E o caminho entre as estrelas:
Um labirinto estontiante!

03 de Abril de 1999.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Viagem ao Fundo do Mar

Talvez vocês, assim como eu, nunca tiveram antes a oportunidade de conhecer o fundo do mar.
Mas isso não importa agora.
Esqueçam por um instante a arrogância, tirem de si o preconceito, não tenham medo, abram os olhos da imaginação e concentrem-se.
Hoje estarão comigo nesta viagem:

Já viram o mar?
As imagens do fundo?
Se lembram da cor?
Então sintam a água salgando a pele, sintam o gosto, lembrem-se do cheiro!
Simplesmente relaxem e deixem que a corrente nos leve, olhem e apreciem a beleza dos corais...
Eis que surge um peixe...
Logo já são dois, três...
Venham, cheguem mais perto e virão dezenas, centenas talvez...
Há um cardume imenso de peixes brilhantes bem na nossa frente!

Seus movimentos são belos e perfeitos, extremamente sincronizados, como se tivessem ensaiado. De um lado para o outro, todos eles nadam juntos, no profundo silêncio dançam.

Mas não fazem isso atoa, não é só diversão. É que todos juntos são mais fortes.
Embora sejam pequenos, unidos são todos um só gigante!
Para quem é parte do grupo não há inimigo que coloque medo.

Acredito as vezes que o líder do cardume seja o peixe que está lá no meio, bem no centro da formação, no lugar mais seguro e inatingível, protegido por todos a sua volta. Mas não, não pode ser, como poderia o líder estando no centro conduzir este espetáculo? Como poderia se de lá nada se vê além de outros peixes? Nada além de paredes vivas ao seu redor.
É mais provável que o líder seja o indivíduo mais a cima.
Ou o que está mais a frente?

A verdade é obvia:
Não há um líder, entre eles todos escolhem a posição que convêm, os feridos bem ao centro para que recebam a energia de todos e assim possam se curar; Aos mais ousados cabe a tarefa de ir a frente, nas pontas e beiradas, lugares onde, sem dúvida, são mais vulneráveis, entretanto somente dalí é possível ver com clareza o infinito, alertar sobre os perigos e levar todos mais longe, para conhecerem lugares que sem eles jamais chegariam ou chegarão.
Não há líderes! Todos são iguais em seu brilho e no exercício de iguais ou diferentes funções.
E ainda que se em certo momento estiver um mais em baixo e outro a cima. E ainda que se em certo momento um dê o alerta e todos subam, ou se um conduz todo o grupo, só obedece quem de alguma forma sabe que isto será, de um jeito ou de outro, para ele individualmente bom.

E se não há um maestro, como é possível todos continuarem simultaneamente de um lado para o outro em tão exímia perfeição?
O segredo está na atenção, na capacidade de percepção intrínseca a cada ser.
Os peixes têm em seus corpos uma lista lateral, esta quase audição lhes dá a capacidade de sentirem os menores movimentos na água. Assim, se um dos peixes se vira, o grupo todo sente, e segue seu movimento em um efeito dominó.
O procedimento é simples, mas é sempre mais difícil aos peixes que estão nas extremidades seguirem o movimento do cardume. Sendo que ali, a correnteza que vem de longe bate forte em seus sentidos, além disso muitas vezes cabe a eles a tarefa do primeiro movimento. Muitas vezes eles erram e se ferem, se perdem, e sozinhos vão pra longe.

Mas que o grupo continue sempre unido, pra que assim todos sejam fortes!
E se você estiver na frente, atenção, esteja sempre alerta pra evitar os erros e avisar sobre os perigos.
Se você estiver no meio, lembre-se que você também tem seu próprio brilho, cuide para que não pense que é somente mais um, mais um qualquer entre tantos outros.
Pra quem for lá embaixo, ou bem atrás, força e fé! É difícil ficar tanto tempo sem sentir a luz do Sol, e sem ver a paisagem. Porém, siga firme, todos um dia passam por esta posição.
E que todos jamais se esqueçam de alguem que se perdeu, e que os grandes trabalhem para que os outros não se percam.

Mas você,
Especialmente você,
Aperfeiçoe cada vez mais a percepção,
Aprenda a usar cada vez melhor o dom dos sentidos,
Para que você olhe e possa realmente enxergar!

Então olhe ao seu redor!
Olhe ao seu redor agora e veja!
Para o que hoje é oculto
Amanhã não seja algo que era bom e se perdeu.

Novembro de 2004

domingo, 5 de setembro de 2010

Aqui Aonde Estou

Tudo que Deus me dá
Eu recebo aqui e agora!
Paciência e esperança
Eu recebo aqui e agora!

Tudo que Deus me dá
Eu recebo aqui e agora!
Liberdade e a boa escolha
Eu recebo aqui e agora!

Tudo que Deus me dá
Eu recebo aqui e agora!
Humildade e perseverança
Eu recebo aqui e agora!

Tudo que Deus me dá
Eu recebo aqui e agora!
A verdade, a instrução,
Eu recebo aqui e agora!

Tudo que Deus me dá
Eu recebo aqui e agora!
Essa luz que me alimenta
Eu recebo aqui e agora!

Tudo que Deus me dá
Eu recebo aqui e agora!
O amor do nosso mestre
Eu recebo aqui e agora!

Tudo que Deus me dá
Eu recebo aqui e agora!
A força que vem da fé
Eu recebo aqui e agora!

2010

sábado, 4 de setembro de 2010

Sem Saber

Me guiam os sentimentos por estradas que não sei.

São ventos que em mim explodem, vezes fortes, vezes suaves brisas.

Senhor de si mesmo quem realmente é, se em meio a tempestade ninguém fica de pé?

Cem velas se apagam.
Sem velas os barcos param, e se ficarmos a deriva
A correnteza pode nos levar pra longe, e longe é mal lugar.

Mas longe, perto, branco ou negro,
Tudo em si é neutro...
Bom e mal é um significado
Que só a situação e a gente mesmo dá.

Por isso todo rosto é o mais belo,
Todo disco é lado A.
Ou pode ser,
Se quisermos isso ver,
Se soubermos realmente escutar.

Sentimentos são crias.
É como ouvi: “Você não é obrigado a plantar, mas é obrigado a colher.”
E se nada for plantado, do que será a colheita?

Imagino que é difícil determinar a noite, data, ano ou signo.
Mas houve um instante mágico, nosso primeiro contato,
Quando um a um, cada um dos sentimentos em nós nasceram.

E se em nós nasceram,
E se conosco ainda estão,
É porque de alguma forma isso queremos, permitimos ou toleramos.
E se deixarmos todos os sensores acesos,
Todos os sentidos alertas,
Perceberemos que a cada dia isso é a verdade,
E a cada dia surge mais um.

E se conseguirmos ir ainda mais além,
E apurarmos a percepção de modo tal,
Notaremos que todo sentimento um dia, ao menos por um momento,
Todos os sentimentos, por um instante mágico, foi um dia luz,
Consciência, razão...
Regra clara, como mais ou menos, sim e não.

E todos eles, até o azedo, tem seu motivo de ser.

Se o medo é, existe, se se sente,
É porque houve ou há um motivo.

Mas não moscas, não!
Isso aí é prazer barato!
A luz que procuram não é a da lamparina,
Esta, só leva a morte!

Procura cega é erro certo,
E o poder do perigo consiste na possibilidade de tornar-se passado fatal.

A brisa bate em meu rosto e me distrai
Enquanto ventos serelepes levam meus papéis.

Não é preciso vir tornados para percerbermos
A energia constante que nos influencia.
Construa moinhos, coloque veleiros em seu mar
E faça o vento te levar pra longe,
porque longe é bom lugar.

Mas longe, perto, branco ou negro,
Tudo em si é neutro...
Bom ou mau é um significado
Que só a situação e a gente mesmo dá.

Por isso todo rosto é o mais belo,
Todo disco é lado A.
Ou pode ser,
Se quisermos isso ver,
Se soubermos simplesmente escutar.

Outubro de 2004

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A Luz

A Luz de Jesus Cristo
É de toda a humanidade;
E a Luz da Virgem Mãe,
Ela reflete a pura verdade!

A Luz de Melquisedeke,
Transcende a dualidade;
E a Luz de Isaque
Ele herdou guardando a santidade.

A Luz de Mickael
É a sancta paz na austeridade;
E a Luz de Gabriel
É a semente da eternidade.

A Luz de São Pedro
É firme, forte e confiável;
E a Luz de Tomé,
Ele mesmo provou e é de qualidade.

A Luz de São Francisco
É a verdade, a humildade;
E a Luz de Siddhartha
É a perfeita divindade.

A Luz de São Irineu
É a Luz fluente do Sancto Dai-me;
De presente a presente,
De eternidade a eternidade.

2010