quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Veneno de Sayron

Hoje eu não sou mais o mesmo,
Embora o espelho insista no contrário, eu sei,
Sou outro disfarçado de eu!

Sou a sombra de quem era antes,
Entretanto, surpreendentemente,
Muito, mas muito mais brilhante!

Sou o eu que se dispiu do desfarce de outro.

Sinto-me estranho,
Mais feliz!

Eu agora sou quem prefere andar nú,
Nem a nudez, nem nada mais me assusta.
Sei que agora tenho algo,
Palavras não definem,
Mas tenho algo,
Algo diferente.

Não é meu amado amor nem compaixão,
Talvez esperança,
Felicidade é, sem dúvida,
Mas não é só isso.
É um sentimento e um saber,
Uma força, algo maior.

Agora tenho o que me permite estar nú sob a chuva,
Crú sob telhas grã-finas,
Já não me visto mais de hipocrisia!

Hoje acordei diferente.

Tenho o corpo suado,
Um sonho na memória,
E na garganta
O gosto de Seu sangue.

2002

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