quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quem Eu Sou

Santo,
Santo,
Santo!

Santo é São Irineu!
Santo é Jesus Cristo
e a virgem mãe que nos pariu!

São Irineu, São Irineu,
Quem é você?
e quem sou eu?

Ah, São Irineu, São Irineu...
Quem é você?
e quem sou eu?

Quem é você e quem sou eu?

2010

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Saudades da Folha em Branco

Saudades da folha em branco,
Do lugar onde eu posso esculpir minha caligrafia sem medo,
Sem medo.

Talvez apenas um entre outros tantos,
E entretanto, este é onde minha liberdade tem maior poder!

Ilusão é só ilusão.

Já a “lucidez dos burgueses” é só um jeito que criamos
Para nossa grandiosa energia potencial
Não aniquilar o ego.

Porque desta lucidez o ego é fruto,
Ambos da mesma laia!

Ah, folha em branco!
Tatuadas ficam minhas notas!

Perturbará a lucidez com a loucura perplexa,
E distoará nossos egos
Que constrangidos se suicidarão!

Setembro de 2004

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Filho Rei

Lá Vem o Rei, Rei!
Filho do Pai do Sol!
Vem chegando para bailar
Com o seu canto transcendental!

Lá vem o Anjo, Rei!
A Luz do Amor!
Trazendo as ervas medicinais
Pr’o coração abrir-se em flor!

Lá vem o Mestre, Rei!
Senhor da Luz!
Revelando o divino
é quem nos mostra o consolador!

Lá vem o Cristo, Rei!
O Deus da Paz!
Vem chegando o pai do tempo,
O destino primordial!

2010

domingo, 22 de agosto de 2010

Duplo Desejo

De tudo que falaram em Seu Nome no templo,
Tudo, tudo, em nada me edificou,
E pouco me acrescentou.
Na verdade, na verdade,
Fiz tremendo esforço para reciclar o lixo que saía de suas bocas!

Não sabem eles que este não é o Nome?

Mas quem sou eu, penso, para julgar essas coisas?
Não sou eu também uma vítima do duplo desejo?
Será que somente sozinho e longe do templo estarei de fato em Sua presença?
Não sou ainda vítima da dúvida? Da ascenção e queda?
Não sou eu uma vítima do duplo desejo? Do falso ego?
Não sou eu aquele que quer ser honrado por ser humilde?

Os espíritos imundos gritam em uníssono: “É a hora da morte!”

Mas ainda sim, todos os meus desejos têm em mim um norte.
Soam como precisa sequência de acordes,
E é um escudo contra toda a dissonância.

Mas não sou eu aquele, que deseja parar e quer mais?
Não sou eu quem odeia a falta de amor?

Que minha luz brilhe com força!

Conheces tú o Caminho?
Em uma selva de poesia concreta
as vozes dizem que este não é o caminho produtivo,
mas como deixar de acreditar em algo tão belo?

E ainda que eu estivesse agora errado,
Quem poderia me convencer disso?

2008

sábado, 21 de agosto de 2010

Idéia de Destruição

Não vejo o Sol de onde estou,
Não vejo a vida, o amor,
Não vejo nada
Que não quero
Ver!

e Sentir,
e Poder
Tocar,
e Poder
Correr o risco de amar!

Como é lá fora?
Como é o céu?

O mundo é moderno,
Nós somos atrasados?
O mundo é bonito,
Mas nós não temos dinheiro?
O mundo lá fora é primeiro mundo,
Nosso país procura emprego?

Não quero
Minhas filhas assim,
Tenho medo
Do que existe em mim.

Se pudesse
Esquecer que não sou mais
Aquela criança
Que de tudo era capaz...

As salas de aula não seriam como são
Neste mundo moderno onde há guerras entre irmãos.

Eu tenho peeena deles,
Eu tenho pena de vocês,
Eu tenho pena de mim mesmo,
Eu tenho dó
Por ser tão belo tudo o quanto eu não sei.

Mas eu sei, eu sei,
Já tirei da minha cabeça aquela idéia de destruição!

Isso é só um inverno astral,
Mas uma pequena depressão.
Amanhã é primavera
O dia nasce e ilumina nossos corações!

25 de fevereiro de 2000.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Os Muleques da Capital

Derrubaram as muralhas da capital,
E os fugitivos armaram barracas no meu quintal.
Levam meu dinheiro, minha dignidade, rasgam minhas roupas...

Sujam minha grama,
Tiram meu emprego,
Eles querem que eu morra!

Óh Grande Deusa Democrata,
Já deixei o meu suor em seu altar!

Óh Grande Deusa Democrata,
Protetora dos brancos, nulos e indecisos,
Perdoai-nos!

Perdoai-nos por todas as denúncias omitidas,
Perdoai-nos por todo o descaso,
Perdoai-nos por todas as passeatas que não foram feitas!

Desculpe a nossa ingenuidade,
Por não percebermos antes, que toda censura é um grande nada!

E nem sequer notarmos que toda liberdade
Tem também seu precipício!

Óh Grande Deusa Democrata,
Já deixei o meu suor em seu altar!

Quem irá restaurar as muralhas da Grande Cidade?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cântico Primaz (Alegria, Alegria!)

Alegria, alegria
Aos que amam ao Senhor!
Alegria, alegria
Aos que amam ao irmão!

Alegria, alegria
Aos que seguem esta luz!
Alegria, alegria
Aos que seguem a Jesus!

Maio de 2005

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Praia do Canto

Me leve para a Praia do Canto,
Estando no Canto é mais fácil ensinar
Todos os primores
Do Reino Celestial!

A Praia do Canto é sagrada,
É a esquina de Vossa nação,
É a fonte da formosura
Do Reino Celestial!

As profundas águas salgadas
Batizam o meu coração,
Essas águas são de fogo,
São ventos da terra do amor!

Essas águas são de fogo,
São ventos da terra do amor!


2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Estrela Trina

Óh Estrela Trina,
Óh sancta estrela do natal,
És tua alegria
O livrar de todo o mal!

Óh estrela brilhante,
Óh lazuli resplendor,
Nos ensina a sinergia,
És criança, és amor!

Óh estrela D’alva,
Óh dourado despertar,
És Quem nos guia ao nosso Guia,
És a rainha do mar!

Óh sancta consciência,
Óh humilde professor,
O meu corpo ilumina
Se me mostras que eu Sou!

2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Língua dos Anjos

I

As gotas caem, e com elas eu.

Banham, rafrescam, e sobre a semente destilam a luz da vida.
Como a existência da planta e de todo este mundo
Que cresce e segue delineada pelos limites do tempo,
As gotas se unem e se deixam limitar pelas encostas,
Suprem os rios, e com elas eu.

Em curvas e curvas, em longas descidas,
Percebo como é grande a atração que amputou minhas asas,
Como é grande o fascínio pelo abismo.
O oculto é belo e intrigante ao ponto de dar medo,
Ao ponto de dar medo e ser bom,
Ao ponto de dar medo e ser bom como uma queda.

Cachoeira.

Torno-me mais forte,
Turvo e sujo,
Minha cristalina essência se confunde, mistura e se esconde.
A anunciação é o próprio delta,
Que amplia o medo, estreita o tempo e me faz pequeno.
Agora, como as gotas, sou o tudo com aparência de nada,
Sou sozinho, pois me perco entre os milhares de milhares.
Sinto como nunca antes o gosto do sal, o cheiro do mar,
O barulho das ondas, o calor da praia.

Abro os olhos e percebo
Que um só grão de areia tem em si todas as cores do universo.
Percebo a sutil, porém constante força
Que une tudo e todos a Um Só.
A relatividade me salta aos olhos como o farol aos de um felino,
Entendo que no elemento está a compreensão do todo,
E no todo a compreensão e o sentido de ser do elemento.

Alguém põe os lábios sobre os meus,
Tira água do meu peito,
E n’um beijo ganho a vida!

Estranha condição humana,
Tão forte e frágil,
Tão contrária a si mesma.

II

Sem demora dentro de mim me perco,
Do vermelho ao violeta detenho-me sobre minhas próprias limitações,
Exploro apenas a superfície da essência.

É espantoso o modo como o objetivo se transfigura
Quando deste ponto de vista o vejo.
Irônico raciocínio analógico,
Que de tão ingênuo toma seu próprio fruto de referência,
Na desesperada busca pelo concreto encontra a total abstração;
Que de tão ingênuo se acha astuto,
Reflete sobre suas reflexões e as contesta,
Até que contesta suas contestações e reflete sobre elas...

Pensamento que pensa pensar,
quando na verdade só escuta.
Intelectualiza o mundo,
Por ser contaminável, facilmente se confunde.
E no vicioso fim,
Antes de um já anunciado recomeço,
Com um já contastado refinal,
Conclui cegamente que tudo não passa de muito nada...

Então vagamos juntos,
Eu e minha nova alma humana,
Meu corpo e minha mente.

III

Pra alguém que nasce sendo adulto
Pouca coisa faz sentido.
Sei, a vida é algo misterioso,
O quanto eu ainda não sei.
Mas entre tantos antagonismos,
Tantas incertezas,
É verdade absoluta a beleza destes olhos!
Identidade única de minha redentora
Que me livra das ondas e me acode na praia,
É o olhar que mira e hipnotisa,
Me rouba e me faz bem.

Sou atingido vertiginosamente por um turbilhão de sentimentos,
Dúvidas e medos,
Ambições e paixão
Caem sobre mim como em um legítimo desta espécie.
Agora sei realmente
O quão sensíveis são os humanos aos acontecimentos em Sorites,
E o quão importante é salvar Arrogância.

Pergunto-me até onde vai a jurisdição da sorte na experiência dos seres,
Seria possível que o acaso seja o verdadeiro mestre-de-obras de nossas vidas?
Se a mulher de olhos brilhantes não impedisse meu afogamento,
Onde estaria eu agora?
Resistiria a tal colapso?
Apavoro-me mas sei,
São os sentimentos mundanos que estão me influenciando
E fazendo com que eu tenha vãs indagações,
Elabore planos para mudar o que em verdade não posso.
É extremamente difícil, ou talvez impossível para mim,
Enquanto dispuser apenas de pensamentos e raciocínio humano,
Entender como passado, presente e futuro são um só em Sorites,
Mas minha recordação angelical sabe que assim é.
Ainda lembro que muitas coisas
só os vinte e quatro membros da Divina Corte entendem
e sabem o seus porquês.
Eu sei ainda que embora agora tenha corpo humano,
Minha consciência é o divino sinônomo de Eu,
E Ela ainda existe!

IV

Arrastando-me para fora da água, benevolente, revela-me seu nome,
Tentando insistentemente que eu fale, Abigail pergunta-me coisas.

Questiona sobre onde vivo,
Quem sou,
Mas não respondo, estou atônito com meus próprios pensamentos,
E com a fuga de idéias, sequer consigo falar.
Em seu desespero ela corre pra longe.

Deitado na praia experimento uma das consequências das atitudes de Arrogância: A solidão.
Choro tudo o que sinto,
O simples fato de sentir-se só
Deixa vir à tona o grande vazio de minha alma,
O que por sua vez produz imensa tristeza.
Solidão, solidão, solidão! Que falso sentimento é esse,
Que dentre todos os seres racionais ataca exclusivamente ao ser humano?
E por que traz tanta dor?

Abigail volta com um grupo de pessoas, todos me confortam.
Não tenho mais duvidas de todo o desarranjo
Que Arrogância causa a este mundo.
Um dos homens que vieram ao meu auxílio tem o corpo curvado,
É muito fraco e tem na pele ecessivas rugas,
É o primeiro que vejo com a anunciada miséria-do-envelhecer,
Que abate todos os seres neste mundo
Pelo tempo em que Arrogância persistir em sua morte.

Cegos de ignorância todos do grupo imaginam eu como o único doente
E carregam-me a procura de socorro.
Em ruas imundas vomito,
Não acredito no mundo podre que vejo,
Choro por compaixão dos homens
E envergonho-me por agora ser um deles.

V

Acordo em um leito.
Quase nada é nítido,
Não sei quanto tempo passou até que eu chegasse aqui,
Mas sei que isso não importa.
Minha prioridade é tentar salvar Arrogância,
Dar a ela um novo nome
E reestabelecê-la como lesgisladora em Sorites.

Não tenho idéia de como fazer isto,
Entretanto sei que a vida de todos depende da reestruturação
Da sempre perfeita Divina Corte.
Sinto-me bem fisicamente, por isso levanto.
Penso em fugir, mas sei que é inútil.
É como se por alguns instantes eu tivesse a real consciência
E percebesse que todas as paredes, ruas, montanhas, mares e planetas
Fazem parte de um imenso labirinto,
Edificado sobre si mesmo,
E limitado pelo fim do infinito.
Do qual a saída, se houver uma, precisarei encontrar.

São frios os corredores desse lugar.
Observo a distância um médico cuidando de sua paciente,
Uma pobre senhora que traz o sofrimento na face marcada
E somente frustração em seu olhar.

Os humanos são as grandes vítimas de todas as atitudes de Arrogância,
Mas se amadurecerem em auto-domínio e resistirem,
Serão imediatamente na mesma medida recompensados
Em nome do equilíbrio universal,
Em acorde com as leis escritas pela legisladora Justiça.

Meus semelhantes,
Indivíduos independentes,
Partes de mim.
Não é fácil entender,
Mas minhas lembranças ancestrais,
Meu íntimo consegue.
Não haverá ninguém realmente vivo,
Em nenhum esconderijo,
Enquanto alguém ainda portar consigo,
Mesmo que um diminuto resquício de morte.
E isso nos revela Um.
O fim da vida é epidemia veloz,
Que aqui se espalha rápida como o tempo,
Com furor semelhante ao de animais famintos,
Com o poder de incinerar eficiente como o intrínseco ao fogo.

VI

Novamente os sentimentos mundanos,
E a quebra da harmonia entre este mundo e Sorites me iludem.
Sei que estou embriagado pela pressa,
Mas não consigo evitar seus efeitos.
Esqueço da desimportância do tempo para realização das verdadeiras obras,
Em um impulso interno
quero mostrar a todos a peça que falta para o mundo fazer sentido,
Em todos vejo aliados, soldados magros, famintos de justiça.

Sim, sou humano,
Sinto-me humano,
Agora conheço a batalha que é travada na mente,
Descubro a importância e a dificuldade que tantas vezes há nas decisões.
Uma parte de mim luta contra a outra,
Como se essa outra não fosse a mesma, posto que é.
Porque ninguém pode ser dois,
E qualquer que assim pense está perdido.
Eu sou três,
Oito,
Milhares,
Uma discussão de egos,
Mudas vozes que em mim ecoam como trovões!
Caio de joelhos,
Olho para os lados como quem procura algo,
Mas tenho a vista altiva, desfocada,
Semelhante a de quem pensa calado, olhando para o nada.

Meu brado é em vão,
Os ecos me acusam:
“Deus” vira “Fracassado”.
Minha prece ressoa como palavrões de uma língua morta.
Ou quem sabe inúmeras frases sem sentido
No idioma de um lugar distante,
Longe de mais para que alguém possa me ouvir.

Sou a árvore que cai na floresta e ninguém vê,
Sou a pessoa que não existe, porque de ninguém é intima.

O chão continua gelado,
As portas fechadas,
A luz vermelha acesa no fim do corredor...
Mas em minha mente as referências se perdem,
Surge o colapso,
Se torna difícil a construção do pensamento.
Tudo isso, tudo isso,
questão de serenidade e concentração, inprescindíveis ferramentas.
Novamente estou só com as lágrimas,
Sinto que já começo encarar a dor como normal,
Como posso ser tão fraco?
Como podemos?

VII

Olho as estrelas,
Eis a Via-Láctea, recordo-me como as legisladoras a construíram,
Parte por parte, cada estrela, cada vida, sintetizada com amor.
Amor que agora se revela em mim,
Na glória de nossa vitória
E na beleza de uma simples morte.

Há tanta coisa que ainda não entendo,
E a cada mistério que decifro,
Surgem outros enigmas que eu nem desconfiava existir.
Mas isso simplesmente de nada importa, só preciso continuar!
Para os que se cansam cedo e logo param no caminho
O tempo vem e consome tudo;
Mas para os que persistem na jornada,
Ainda que não possam mais ser rápido,
A eternidade aguarda paciente.
Descobrir e aprender será minha regra de ouro,
Subindo a escala, um degrau de cada vez,
Pra tudo fazer sentido.
Poderei sim entender a natureza,
Ela me conta seus segredos pois sou parte dela!
Tudo é possível,
Desde que se esteja apto a pagar o preço!


2001

domingo, 15 de agosto de 2010

Antítese

Quando a escuridão
Toma conta de nossas vidas
É só medo, é sólidão,
Só desespero, incompreensão.

Machucados e feridas,
Três meia-dúzias em nossas mãos,
São dez perguntas e onze erros
Pra explicar o sem explicação.

Pela fraqueza do Onipotente
Veja atrás o que está a frente,
Apague a luz, seja inconsequente,
Deixe-a a Clara mente!

A multidão de monoteístas
Idolatram vários deuses,
E a verdade nessas mentiras
Animará as nossas rotinas.

Como homicidas de quem nunca foi vivo
Destruiremos o já destruído,
Com um cogumelo, uma explosão!
Será o chá entrando em ação?!?

O ináudito nós já ouvimos,
Muitos olharam mas ninguém viu,
E do mais baixo nós já caimos,
Muitos gritaram e ninguém ouviu.

Todos devem trancar abertas
Todas as portas de suas mentes,
A sabedoria eu ouvi de uma velha ignorante,
E com ela os pequenos vencem gigantes.

Elogios, nas entrelinhas,
São quase todos pequenos insultos,
Viver é ver a morte em vultos
Quando já conhecem nossos medos ocultos:

Muralhas e grades, e prostitutas e armas,
E doenças e dor, e o fim e o terror,
E assassinos e culpa, e solidão, ilusão.
E deuses, demônios, e anjos do mal.
E vida e morte, o abandono da sorte,
E erros passados, e o futuro fatal.

Apague a luz pois eu quero dormir,
Apague a luz pois eu quero sair!

Dormir, dormir...
Sair, sair...

1999

sábado, 14 de agosto de 2010

Tikkun, Ramas Rebeldes

Sinto na garganta o ácido de outras eras
E escolho palavras fortes para vomitar minha emoção.
Aí está a expressão que já não presta,
Pra nada mais serve, senão pra isso!

Quem irá podar a Árvore da Vida?

Sinto no rosto a violência,
Nos dois lados da face consumo os tapas da polícia,
E deixo brilhar nos olhos a chama da revolta que os jovens sentem ao sofrer.

São chamados “rebeldes”, “inimigos da ordem”,
Mas os que assim os classificam não têm idéia das dimensões,
Não podem ainda conhecer o tamanho da Grande Rebelião!

Rebelde? Mas contra o que?

Quando a Luz bate em meu rosto
Entrego minhas duas faces...
Só o amor existe.

São os jovens que sofrem,
Procuram corações e encontram pedras,
Usam drogas para serem capazes de amar.

Mas o céu é mais azul no olho do furacão!
Ai, ai, ai!!!
Que venha a Grande Hora!

Só o amor existe!

Maio de 2006

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Na Angústia do Amor

Quero ver a luz copiando!
Quero poder ser em Sua presença!

Escrever Suas linhas em mim,
Evoluir de acordo com Seus pontos cardeais.

Quero ser uma letra,
O Seu alfabeto inteiro!

Quero viver um dia de cada vez,
E cada uma das tardes como se fosse todas juntas!

Quero ver o Seu olhar,
As cores do Seu arco-íris.

Quero sentir Sua respiração
Como um vento que toca-me a alma.

Eu sou e quero ser,
Eu sou contigo.

Você me atrai,
Dai-me o Seu Espírito!

O Amor é o centro de tudo!
O Amor é atração!


2006

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Perfeição Cristalina

Curvas, relevos,
Formatos, segredos;

Olhos, cabelos,
O rosto, um beijo;

Dormindo, um anjo,
Beleza em descanso.

1999

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Os Olhos

“Om Mani Padme Hum, Aum Tare Tutare Ture Swaha”

Os olhos precisam ver
Tudo o que há na verdade!
Eu sei, dói,
Mas também nos constrói!

A cada momento,
Neste exato momento,
O futuro se abre
E é um presente pra nós!

Aba pra nós!

Enquanto eu vejo a realidade
De um irmão sofredor
Sem ter onde morar,
E nem ter pra quem dizer.
Enquanto estamos aqui
Permitindo que isso aconteça.

Vamos, vamos, vamos
Fazer a diferença!

Vamos, vamos,vamos,
Vem e faça a diferença:

Vamos nos amar...
Vamos nos amar...
Vamos nos amar!!!


Em parceria com o eterno amigo Pane. 2006

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Com Carinho e Com Amor

Para o Mestre com carinho,
Com carinho e com amor!

Sigo com calma e coragem
A Vossa senda divinal!

O alento da vida
Em mim suscita o louvor!

Canto santo, canto tanto,
O Santo ensina eu cantar!

Maranatá
Para sempre está comigo!

Vou voar,
O luar me concebeu!

2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Oceanos de Vidro

Esta não é uma cartinha de um menino apaixonado, ainda que seja.
Essas não são palavras de alguém desesperado, ainda que sejam.

Mas tudo aqui é seu, tudo aqui é sEu!

Papel, tinta e palavras são só condutores, os melhores que achei, talvez por medo e não coragem, para conduzir um feixe de luz de minha alma até você. Porque, afinal, foi da sua alma que tudo isso extrai.
Então devolvo, por favor aceite, não sei se você percebe mais isso é vida pura.

Eu lhe daria mais, mas pra mim é difícil.
Não é só um vidro que nos separa, mais um oceano inteiro, você está longe, longe...
Não irá me esperar.

Mas a noite, quando mil demônios rodeiam minha cama e as trevas tentam me inundar, você é meu abrigo.
Penso em seu rosto, te vejo bem perto, e a beleza luminosa torna minha essência melhor.

Queria que soubesse.

sábado, 7 de agosto de 2010

Correnteza

Abre a porta, abre a porta,
Para ver quem tanto chama!
Sou Eu, Sou Eu, Sou Eu
Rosana, Rosana!

Correnteza, Correnteza,
Reconheço a força Sua!
E pra curar tanta carência
Chamo o Nome de Yeshua!

Yeshua, Yeshua,
Yeshua, Yeshuá!
Chamo a Krishtina Pureza
Para me purificar!

Estou em cima deste galho,
Assentado na fruta Terra.
Só Deus, Só Deus, Só Deus,
Só meu Deus é Quem me leva!

2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Da Essência

Eu convido os meus irmãos
Para se conectarem com a Essência,
Que esta é a planta
Que devemos habitar.

Tem doze fontes d’água,
Tem setenta palmeiras,
Tem um castiçal de ouro
E um jardim imperial.

Tem pérolas secretas
Entre duas oliveiras,
Tem jaspe e tem safira,
E de vidro tem um mar.

Tem chuvas prateadas,
Tem também uma figueira,
Tem o Sol da Liberdade
E tem a Estrada dos Cristais!

Abra os meus olhos
Para eu ver tanta beleza!
Abra nossos ouvidos
Para seguirmos com clareza!

Que se abra o coração
Com coragem e com firmeza!
Óh amado Emmanuel,
Dai-me o vinho da Vossa Essência!

2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Calendário

Comece a pensar,
Bote pra funcionar,
Esse bolo pra assar,
O infinitivo soar,
Comece!

E se o infinito acabar,
Recorra ao mar,
Deixe pronto o jantar,
Prenda bem o colar
e chame o luar de A Prece. (apresse-se!)

Pois tudo se esquece,
Um dia envelhece,
No quintal apodrece,
Quando acaba a quermesse
E a espinha estremece. (Carne plantada não cresce!)

Ainda mais se for plano
Pro final desse ano,
Num piano que vêm
Fica só um desdém,
Algo, como o dito de alguém, que se foi e não vem.

E se for plano acabado
Ainda é arriscado
A virar um trocado,
No bolso amassado.
Mas que seja-o tocado, pra comprar uma alado e voar ao presente.

Lugar simples onde todos tem a capacidade de começar de novo,
Não ser óbvio se não quiser.
E assim, concentrando toda a energia em um desejo bem desejado,
No plano se põe um telhado,
E nas mãos se encontra o poder. Aquele, Poder Eterno.

É simples, nesse instante comece,
Que o peito se aquece,
O universo sai da grave,
E é assim,
começando, que sozinho, um poema se escreve.

Outubro de 2004

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Flor-de-Liz

A Flor-de-Liz é tão formosa,
Mas só não quer se revelar.
Óh Flor-de-Liz venha pra fora,
As suas asas são pra voar!

Óh Flor-de-Liz, és tão formosa,
Vem teu perfume manifestar.
Óh virgem da sancta trindade,
Vem com essências me despertar!

A Flor-de-Liz é Sol e Lua,
É a estrela do Mira-Mar.
É a voz que chama a aurora,
É o colher e o plantar...

Óh Flor-de-Liz, cheia de graça,
Vem com teu canto me encantar.
Óh virgem da sancta esperança,
Eterna Anandalahara!

A Flor-de-Liz é sol e chuva,
Melquisedeke a meditar.
Que antes de qualquer escolha,
Vem com tridente pra nos curar!

Olhando para o firmamento,
O infinito a ressoar.
Reafirmando a salvação,
O Seu amor amando amar...



2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Temporal

Um temporal está sobre nós!
E do meu quintal ouço a Sua voz.

Mas onde estará a Luz consciência
Que nos trará a sancta paciência?

Pra suportar, suportar, suportar...
Toda a lapidação.

Pra suportar, suportar, suportar...
Toda a lapidação.

Pra suportar, suportar, suportar...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Alma Bruta, Poesia Lapidada

Conhecendo você, conheci um mundo novo
Tanta mudança causou dor.
Me envolvendo em você eu percebi de novo
Que a mesma dor que ensina também destrói.

Como prefiro? Por bem ou por mal?
Como termina? É feliz o final?

Conhecendo você, conheci minha fraqueza,
Como a vingança, prato frio.
Conhecendo você e seu novo novo mundo,
Conhecendo você eu conheci a mim.

Tão mais belo e perfeito,
Tão mais perto do Real!

Doce coração amargurado
A quem o velho e tolo orgulho trouxe a dor,
Aceito a culpa, a pena e me confesso:
Só perdido em seus segredos sei quem sou.

Me diz como sentir,
Me diz pra onde ir.

Como prefiro? Por bem ou por mal?
Como termina? Sou feliz ou mortal?

Eu à mim mesmo tão estranho,
Só conheço a solidão.
Eu de mim mesmo novo amigo,
Velho rosto, novo coração.

domingo, 1 de agosto de 2010

Clarividência

Um professor me fez uma pergunta:
- Qual a sua visão de vida?
Bem, a minha visão de vida é de quem enxerga a vida quando olha no espelho, e busca sempre um espelho mais limpo.
Não sou egocêntrico, ou pelo menos não dou ao ego um valor maior do que o que ele realmente tem. Olhar pra si mesmo e ser seu próprio tutor é saudável.
Além disso, os espelhos que procuro encontro sempre nos olhos dos amigos, estes são meu mais puro espelho.
Minha visão de vida é a de alguém que vê a vida quando olha no espelho, por isso sou otimista, já que a vida sempre sorri para mim quando eu o faço primeiro.
Minha visão de vida é a visão do mais otimista dos realistas, é bom ter os pés na realidade, melhor assim, alegria sustentável.
Também olho a vida as vezes pela fresta da porta ou pelo buraco da fechadura, sempre que a vejo, vejo o êxtase, a hora do rush universal.
Ainda sim a vida dói, porque viver as vezes é também sofrimento.
E ainda assim prefiro o otimismo, é melhor do que o agouro e o mal alento.
Minha visão de vida é a de um clarividente que ao olhar para uma semente encontra nela um pomar inteiro.