Quando a escuridão
Toma conta de nossas vidas
É só medo, é sólidão,
Só desespero, incompreensão.
Machucados e feridas,
Três meia-dúzias em nossas mãos,
São dez perguntas e onze erros
Pra explicar o sem explicação.
Pela fraqueza do Onipotente
Veja atrás o que está a frente,
Apague a luz, seja inconsequente,
Deixe-a a Clara mente!
A multidão de monoteístas
Idolatram vários deuses,
E a verdade nessas mentiras
Animará as nossas rotinas.
Como homicidas de quem nunca foi vivo
Destruiremos o já destruído,
Com um cogumelo, uma explosão!
Será o chá entrando em ação?!?
O ináudito nós já ouvimos,
Muitos olharam mas ninguém viu,
E do mais baixo nós já caimos,
Muitos gritaram e ninguém ouviu.
Todos devem trancar abertas
Todas as portas de suas mentes,
A sabedoria eu ouvi de uma velha ignorante,
E com ela os pequenos vencem gigantes.
Elogios, nas entrelinhas,
São quase todos pequenos insultos,
Viver é ver a morte em vultos
Quando já conhecem nossos medos ocultos:
Muralhas e grades, e prostitutas e armas,
E doenças e dor, e o fim e o terror,
E assassinos e culpa, e solidão, ilusão.
E deuses, demônios, e anjos do mal.
E vida e morte, o abandono da sorte,
E erros passados, e o futuro fatal.
Apague a luz pois eu quero dormir,
Apague a luz pois eu quero sair!
Dormir, dormir...
Sair, sair...
1999
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